By JOÃO SAMPAIO - Itaqui/RS

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

João Sampaio...

“O poeta do pampa como quero-quero é o sentinela”



Biografia de um dos artistas mais importantes de Itaqui. 

João Sampaio da Silva 
Atual diretor de Cultura do Município de Itaqui, nasceu em 14 de agosto de 1957, filho de Gentil Félix da Silva e de Elsa Sampaio da Silva. 
Poeta e compositor itaquiense, considerado uma das maiores expressões artísticas no estilo payador, estudioso da historia e dos dialetos nativos da América Latina, escreve também em espanhol e guarani. 
Começou a escrever poesias aos 15 anos de idade, incentivado por Sany Silva. Colabora desde de então com poemas e poesia nos jornais do Muncipio. Seus textos foram publicados no Uruguai, Argentina, Paraguai, com poemas traduzidos no Japão e músicas gravadas na suíça. 
Estudioso da história e dos dialetos nativos da América Latina, segundo Carlos Roberto Soares, “é o poeta do pampa como quero-quero é o sentinela”. 
Principais obras: 
- participante do LP “Alma, Garra e Melodia”, de Noel Guarany; 
- parceiro – letrista nas composições “Lavadeira do Uruguai”, “Payando” e “Dom Gomercindo Saraiva”; 
- em 1982 lançou” Canto do Cavalo Criolo”, homenagem ao animal mitológico, sem o qual não teria existido o gaúcho; 
- livro de poemas campeiros com vários textos dentre eles: “Legenda do Oeste”, “Carta ao Brasil Grande do Sul”, “Milonga do Maragato”; 
- em 1998 lançou o livro de poemas “Puraihei Missioneiro”, obra de inspiração guaranítica de estilística regional, que recebeu as melhores críticas no Brasil e no exterior pela temática inovadora e digitação diferenciada. 
- Participações em diversas composições musicais, em parceria com Noel guarany, Pedro Ortaça, Jorge Guedes, Elton Saldanha, Luis Marenco... 
- Premiações em inúmeros festivais nativos, em varias cidades gaúchas. 
- Tradutor de poemas uruguaio, argentino e paraguaio; 
José Sampaio da Silva é um nome conhecido na região fronteiriça e missioneira, onde tem atuado como jurado e payador em diversos eventos tradicionalsitas.

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A música é um componente variável na alma dos povos. Reflete o espírito coletivo, seus dramas, suas conquistas, seus traços característicos de modelo social e psicológico. Sendo ainda, matéria - prima, componente e tempero que dá gosto, vida e substância às ditas ciências, tais como: História, sociologia, enfim, a tantas outras. Entretanto, para nós, gaúchos campeiros - espécie em evidente extinção, com o perdão do lugar comum - para nós, música é a própria fisionomia da terra. É Alma, é coração, é sangue plasmado numa vibração interior e uniforme, abrindo rotas, apontando diretrizes, atraindo e repelindo sinais perdidos do núcleo central da espiritualidade! 

O mundo está tão desumano refém de um grande terror, o ser humano sucumbe sem se encantar com uma flor. Nas trevas dessa aridez só o dinheiro tem valor, não ajudamos o próximo (pouco importa a sua dor!)... Nem na TELA QUENTE se vê uma linda história de amor! Podes crer que fostes puro na rota do teu caminho, mas nunca andastes sozinho por mais que andasses direito... E se te julgas perfeito te ajoelha ao pé de uma cruz e desafia JESUS pra que aponte os teus defeitos! Talvez um dia humilhastes o infeliz desprotegido, que sempre viveu coagido e tratado com desdém... Mas no túmulo do além quando as luzes se apagarem os vermes que o devorarem vão devorar-te também! Essa é a lei dos payadores que andejam pelos caminhos: o Deus que fez os espinhos é o mesmo que fez as flores. Fez alegria e dores e o sol grande que caminha... "El gaucho" e esta pampa minha, sem perder nunca o aprumo, pois para encontrar o rumo não precisa égua madrinha! Largo a minha cuia campeira no costado de um tição, cansei de matear parceiro solito no meu galpão... Corro os varejões da alma e fecho a porteira, patrão... Sinto uma "cosca" na goela, nos olhos uma cerração, e uma saudade aporreada pastando no coração.......................................... 

- José João Sampaio da Silva -

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